Nesta semana o mundo assistiu a mais uma catástrofe natural. A terra tremeu, um povo sofreu, o mundo se comoveu e os Estados, com uma agilidade nunca antes vista na história da ajuda humanitária, se prontificaram a ir ao socorro desta terra sofrida. Uma terra que já vivia do sofrimento causado pela pobreza e a marginalização global.
Muitas vezes ouví questionamentos sobre o quê o Brasil estava fazendo enviando soldados em missões em uma país tão f*dido (desculpem o português), como aquele? Que não tinhamos nada a ver com problemas deles... que reparar os erros do passado, era dever da França... que o Brasil estava fazendo isso somente para assumir a posição de líder regional. O que esquecemos é que estamos todos ligados pela mesma herança histórica. Fomos todos explorados e depois largados a própria sorte. Na luta pela tentativa de nos tornarmos um Estado soberano, sólido e uma Nação respeitada internacionalmente, passamos todos pelos mesmos processos de revoluções, opressões, pobreza e dependência externa.
No Brasil, usamos o bordão de que "um povo unido, jamais será vencido". Os Haitianos também acreditam nesta união e foram além: a colocaram em sua bandeira. Se desfizeram do exército, para garantir que o poder das armas jamais estivesse acima do poder do povo. Nós brasileiros sabemos o valor desta atitude. Confiaram a segurança armada do seu Estado á sociedade internacional, no local, representada pelo Brasil. Não me digam que isso não é valor. Senhoras e senhores, nós não estamos nos metendo no problema dos outros e nem reparando os erros alheios. Nós estamos sendo privilegiados! Temos o privilégio de poder ajudar um povo que sofre do mesmo mal que nós mesmos um dia sofremos e de sabermos o quanto somos abençoados por isso. Somos ainda mais abençoados por termos passado por nossa fase de miséria sem ter sido atingido por uma catástrofe dessa dimensão.
Não há dúvidas do quão horrível foi esse terremoto. Porém se pensarmos pelo lado positivo (e uma pessoa muito especial me ensinou a fazer isso), essa tragédia fez o mundo olhar para o Haiti. A comunidade internacional está buscando recursos e meios para reconstruir o país. Seu povo quer esta reconstrução. Quero e vou acreditar que até o que destruiu o Haiti, poderá ser sua salvação e assim o país, com a união do seu povo, renascerá como uma Fênix (assim como a sugestão dos símbolos em sua bandeira).
Este caso do Haiti, em especial, me faz lembrar do motivo pelo qual optei pelo curso de Relações Internacionais. Eu queria mudar o mundo! Queria levar socorro aos marginalizados. Queria que eles soubessem que não foram abandonados, que o mundo está sim fazendo algo por eles. A vida nem sempre segue o curso que planejamos e talvez hoje eu esteja mudando o mundo de uma outra forma. Neste momento, posso não estar lá fazendo trabalho de campo, como uma vez sonhei, mas me orgulho muito em saber que meu país está. Me orgulho em saber que o Brasil não está ajudando de forma meramente simbólica, mas que ocupa uma posição fundamental para o alívio do sofrimento dessas pessoas.
Que Deus abençoe a todos que lutam diariamente por um mundo melhor e traga paz e conforto aos corações daqueles que perderam alguém nesta luta e nesta tragédia.
Fá, obrigada por me fazer enxergar o mundo através de novas perspectivas.